Você sabia que 60% das pessoas com diabetes podem vir a desenvolver gordura no fígado?
Isso porque existe uma relação estreita e bilateral entre diabetes e fígado. O fígado tem um papel importante na regulação da glicose e por isso pode causar a Diabetes Mellitus.
Entretanto, a doença hepática também pode surgir como complicação da diabetes, principalmente devido à resistência à insulina criada pelo organismo.
Uma das principais doenças que fazem parte dessa relação é o fígado gordo.
O fígado gordo não-alcoólico (FGNA) é considerado a doença hepática crônica mais frequente no mundo ocidental.
Ela pode atingir de 14 a 50% da população geral, e é uma das principais causas de doença hepática crônica avançada (cirrose), transplante hepático e câncer de fígado.
Curioso para saber mais sobre a relação entre diabetes e fígado? Nós te explicamos as principais informações a seguir! Confira!
Diabetes Mellitus e doenças do fígado
Pessoas que têm diabetes tipo 2, ou Diabetes Mellitus, possuem um risco maior de desenvolver doença hepática.
Isso acontece porque na diabetes tipo 2, há produção de insulina, mas ela não consegue ser utilizada, pois o organismo cria resistência à ela.
Dessa forma, há maior liberação de ácidos graxos no fígado, que pode vir a acumular gordura.
A gordura no fígado é uma condição médica chamada de esteatose hepática. Ela pode ter diversas causas, inclusive por excesso de bebida alcoólica. Entretanto, neste caso, ela é classificada como esteatose hepática não-alcoólica (EHNA) ou associada ao metabolismo.
Vale lembrar que a relação entre as doenças do fígado e a diabetes é bidirecional. Portanto, quem tem diabetes tem mais propensão a desenvolver doenças de fígado e o contrário também é válido.
Afinal, o fígado é importante na regulação da glicose do sangue e quando esse órgão está doente, a regulação da glicose pode ficar alterada, podendo desenvolver diabetes.
Quais doenças a Diabetes Mellitus pode causar ao fígado?
Quando a esteatose hepática evolui para esteatohepatite, torna-se mais perigosa. A inflamação no fígado causa danos às células hepáticas, ocasionando cicatrizes, locais onde a função hep
Como o fígado se regenera, ele vai criando cicatrizes, locais onde a função hepática é perdida. Quando isso acontece em uma boa porção do órgão ocorre a cirrose.
Entretanto, essa não é a única doença entre a associação de diabetes mellitus e doenças hepáticas.
No artigo Doença Hepática e Diabetes Mellitus – Uma Relação Bi-Direcional, publicado pela Revista Portuguesa de Diabetes, a relação entre diabetes e fígado, e as doenças associadas é estabelecida a seguir.
Diabetes mellitus e anomalia do metabolismo da glicose como complicação da doença hepática
- Hemocromatose
- Doença hepática alcoólica
- Hepatite viral
- Cirrose hepática
- Carcinoma hepático
- Insuficiência hepática aguda
- Pós-transplante hepático
Doença hepática como consequência da diabetes mellitus
- Alteração das enzimas hepáticas
- Esteatose hepática
- Esteatohepatite
- Cirrose hepática
- Carcinoma hepático
Como uma pessoa diabética pode prevenir doenças no fígado?
A principal recomendação para os diabéticos, é seguir o tratamento da forma correta para a doença.
Assim é possível manter a diabetes controlada e as principais funções do organismo funcionando normalmente.
Entretanto, é preciso ir além. Sabe-se que a relação entre diabetes e fígado está associada também à obesidade e a uma vida sedentária.
Por isso, manter uma rotina de atividades físicas é essencial para garantir a saúde e evitar problemas futuros no fígado.
Quando identificadas na fase de esteatose hepática ou ainda na de esteatohepatite, é possível reverter o quadro totalmente com a mudança de hábitos.
Como é o diagnóstico de doenças hepáticas em diabéticos?
Além de manter o acompanhamento da doença, os portadores de Diabetes Mellitus podem descobrir possíveis complicações no fígado através de alteração nas enzimas hepáticas (transaminases e gama-GT) em análises de rotina.
O médico também pode desconfiar de doença hepática no paciente com diabetes por meio de uma ecografia abdominal, geralmente solicitada por outros motivos.
Como a doença é silenciosa e não apresenta sintomas, é comum descobri-la por acaso.
Mas como os diabéticos, já tem uma predisposição maior ao desenvolvimento de doenças no fígado, os médicos devem ficar atentos. Por isso, o acompanhamento médico é tão importante.
Caso seja identificada esteatose, o paciente pode necessitar de exames mais detalhados sobre o dano hepático associado à doença gordurosa, como elastografia hepática.
Outro exame que pode ser solicitado em casos mais extremos é a biópsia hepática. Entretanto, é um método mais invasivo e por isso, nem sempre é requisitado pelo médico.
Neste vídeo, a Dra. Raquel explica um pouco sobre o diagnóstico e o tratamento da doença, confira!
Tratamento de doenças hepáticas em diabéticos
Não existe um tratamento medicamentoso específico para tratar a gordura no fígado. Mas isso não significa que não há como tratar.
O tratamento mais adequado é, realmente, a mudança de estilo de vida. Ou seja, da mesma forma que é possível tratar a doença, também é possível evitá-la por meio de hábitos saudáveis.
Pode haver necessidade de adequar a medicação usada para tratamento da diabetes, caso paciente desenvolva doença hepática crônica.
Mas cada caso deve ser analisado de acordo com suas particularidades pela equipe médica responsável.
Como posso te ajudar?
Se você tem diabetes, pode fazer um acompanhamento médico adequado com um médico hepatologista.
Esse profissional pode garantir a saúde do fígado e descobrir indícios de gordura no fígado antes que isso se torne um problema intratável.
Pessoas que têm diabetes podem viver uma vida tranquila e merecem um tratamento adequado para a sua condição, então não deixe de fazer um acompanhamento regular.
E se precisar, conte sempre com a gente!
Em caso de necessidade, agende a sua consulta!
Conclusão
Você já conhecia a relação entre diabetes e fígado?
Como pudemos ver, uma das principais doenças que podem atingir o órgão entre os diabéticos é o fígado gordo não-alcoólico (FGNA).
A doença pode evoluir para outros estágios podendo chegar até mesmo à cirrose. Por isso, o mais importante para evitar a doença e mesmo para quem já foi diagnosticado com ela é a mudança de hábitos.
Manter uma vida saudável, com a prática frequente de atividades físicas pode salvar vidas. Além, é claro, de manter o tratamento e os cuidados com a diabetes sempre em dia.
E você, como estão os cuidados por aí?