Vacina contra hepatite: tudo o que você precisa saber
Imunização é a maneira mais segura de prevenir a doença! Saiba mais.
A hepatite é uma doença que afeta o fígado e pode ser causada por diferentes tipos de vírus. No Brasil, a patologia é um problema de saúde pública, com milhares de casos notificados todos os anos.
Felizmente, existem medidas preventivas eficazes, como a vacinação. Neste post, vamos falar tudo o que você precisa saber sobre a vacina contra hepatite, incluindo seus tipos, indicações, eficácia e possíveis efeitos colaterais.
Acompanhe até o final e fique por dentro desse assunto tão importante para a saúde.
Boa leitura!
Por que é importante tomar vacina contra hepatite?
A vacina contra a hepatite é a maneira mais segura de prevenir o problema. Além disso, é crucial realizar testes rápidos para garantir o tratamento oportuno. A hepatite é uma doença infecciosa que ocasiona inflamação no fígado. Caso o agente infeccioso permanece no organismo por mais de 6 mais (infecção crônica), há riscos de cirrose, câncer de figado e até mesmo morte.
A doença costuma ser assintomática, porque os agentes virais das hepatites podem ficar silenciosos no organismo por anos, sem que o indivíduo apresente sinais. Em alguns casos, podem aparecer sintomas como:
- fraqueza;
- desconforto abdominal;
- dor;
- enjoos;
- urina escura;
- perda de apetite;
- icterícia (amarelamento dos olhos e pele);
- fezes esbranquiçadas.
Assim, é importante estar atento a qualquer sinal e procurar ajuda médica imediatamente em caso de suspeita. O diagnóstico e o tratamento com um médico hepatologista são cruciais para salvar vidas e devem ser buscados o mais cedo possível.
Quanto à vacinação, é essencial lembrar que existem imunizantes disponíveis para prevenir as formas A e B da hepatite viral. Ao tomar a vacina contra a hepatite B, também é possível prevenir a hepatite D. No entanto, ainda não há vacinas disponíveis para os outros tipos de hepatites virais.
Como e quando tomar a vacina contra hepatite?
Como explica a diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica a vacinação contra hepatite para todos os países.
No caso do tipo viral B, por exemplo, a imunização é recomendada principalmente para habitantes de nações que têm prevalência do problema de nível moderado a alto, como é o caso do Brasil.
Vale lembrar que, de acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2000 e 2021 foram notificados no Brasil 718.651 casos confirmados de hepatites virais. Desses registros, 23,4% foram de hepatite A, 36,8% de hepatite B, 38,9% de hepatite C e 0,6% de hepatite D.
Manter o cartão de vacinação atualizado é determinante para prevenir a doença.
Vacina contra hepatite A
Segundo a SBIm, a vacina contra hepatite A é indicada para todas as pessoas a partir de 12 meses de vida.
O esquema de doses funciona da seguinte forma:
- Duas doses com seis meses de intervalo entre elas.
- Aplicação rotineira aos 12 meses e 18 meses, ou mais cedo possível, quando a vacinação não ocorrer nas idades recomendadas.
- O Programa Nacional de Imunizações (PNI) alterou, em 2017, a faixa etária do esquema de dose única para crianças com idades entre 15 meses e 5 anos incompletos.
A vacina contra hepatite A pode ser encontrada em diferentes locais, dependendo da idade e das condições clínicas de cada pessoa. Para crianças entre 15 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade, a vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde.
Já nos serviços privados de vacinação, o imunizante é indicado para crianças a partir de 12 meses, adolescentes e adultos.
Para pessoas com condições clínicas de risco para a hepatite A – como doenças crônicas do fígado, distúrbios de coagulação, pacientes com HIV/Aids, imunodeprimidos por doença ou tratamento, entre outras –, a imunização pode ser encontrada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Vacina contra hepatite B
A vacina contra hepatite B é recomendada pela SBIm para todas as faixas etárias. Para crianças, a vacinação faz parte da rotina e deve ser administrada logo nas primeiras 12 a 24 horas após o nascimento, com o objetivo de prevenir a forma crônica da doença, que afeta cerca de 90% dos bebês infectados ao nascer.
A vacina também é especialmente recomendada para gestantes que ainda não foram vacinadas contra a hepatite B, visto que a transmissão vertical da doença de mãe para filho é uma das principais formas de contágio. Portanto, é fundamental seguir as recomendações médicas e garantir a vacinação adequada, a fim de prevenir a disseminação da hepatite B.
Na rede pública, a vacinação está disponível para todas as pessoas e pode ser aplicada na forma isolada da vacina ou em apresentação combinada com outras vacinas, como a DTPw-HB/Hib, nas doses dos 2, 4 e 6 meses de idade.
Nos serviços privados de vacinação, o imunizante contra a hepatite B pode ser encontrado em apresentação isolada para todas as idades, além da apresentação combinada com outras vacinas, como a DTPa-VIP-HB/Hib, indicada para menores de 7 anos.
Já a vacina combinada com a hepatite A (vacina hepatite A e B) é indicada para crianças maiores de 1 ano, adolescentes e adultos.
Vacinas contra hepatite dão reação?
A vacina contra a hepatite A pode apresentar efeitos adversos em alguns indivíduos. Cerca de 10% dos vacinados podem apresentar irritabilidade, dor de cabeça, cansaço, dor e vermelhidão no local da aplicação.
Segundo a SBIm, entre 1% e 10% podem sofrer com perda de apetite, sonolência, diarreia, náusea, vômito, inchaço, mal-estar, febre baixa e endurecimento no local da aplicação. Sintomas respiratórios, rinite, vertigem, erupções na pele, dor muscular e rigidez muscular são relatados em cerca de 0,1% a 1% dos vacinados.
Em casos raros, entre 0,01% e 0,1% dos vacinados, pode ocorrer diminuição da sensibilidade, dormência, coceira e calafrios. É importante ressaltar que os efeitos adversos são geralmente leves e autolimitados, e a vacina é eficaz.
Também considerada segura, a vacina contra a hepatite B, como qualquer medicamento, pode causar alguns efeitos adversos. A maioria deles é leve e desaparece rapidamente, sem necessidade de tratamento.
Entre os efeitos mais comuns estão a dor no local da aplicação, que pode afetar de 3% a 29% dos imunizados, e o endurecimento, inchaço e vermelhidão, que podem ocorrer em até 17% das pessoas.
Além disso, algumas manifestações gerais podem ocorrer, como febre baixa e autolimitada nas primeiras 24 horas após a aplicação, que afeta de 1% a 6% dos vacinados. Cansaço, tontura, dor de cabeça, irritabilidade e desconforto gastrintestinal também são possibilidades em até 20% dos casos.
Apesar de raros, alguns eventos adversos mais graves foram associados à vacinação contra hepatite B, como a púrpura trombocitopênica idiopática, que causa manchas roxas ou avermelhadas na pele e diminuição da contagem de plaquetas. No entanto, esses casos são extremamente raros, ocorrendo em menos de 0,01% dos vacinados, e ainda não está claro se esses eventos estão de fato relacionados à vacina ou se foram apenas coincidência.
A anafilaxia, uma reação alérgica grave, também é muito rara, ocorrendo em apenas um caso a cada 600 mil adolescentes e adultos vacinados, e ainda mais rara em crianças.
A maioria dos eventos adversos some rapidamente, enquanto os riscos associados à infecção por hepatite B são muito maiores. É fundamental que cada pessoa discuta com seu médico a necessidade e a segurança da vacinação contra hepatite B, levando em consideração seu histórico médico e condições individuais.
Cuide-se como um Hepatologista
Agora que você já sabe que a vacinação é o melhor caminho para se prevenir contra a hepatite, é importante não deixar de atualizar o seu cartão de imunização e contribuir para a manutenção da saúde individual e pública.
Cuidar da saúde do fígado nunca é demais e estar informado sobre como fazer isso é essencial!
Acompanhe mais conteúdos como este em nosso blog e saiba tudo sobre as hepatites virais e como evitar a doença!