O que você sabe sobre a esteatose hepática? A doença é um problema que ocorre quando o fígado acumula células de gordura em excesso.

Apesar de ser uma condição cada vez mais comum, a presença de esteatose não é normal  atualmente é considerada uma das principais causas de cirrose, câncer de fígado e indicação de transplante hepático no mundo.

Neste artigo nós compilamos as principais informações acerca do assunto. Então se você tem dúvidas e quer saber mais, basta seguir a leitura!

O que é a esteatose hepática?

Esteatose hepática é o nome técnico da doença popularmente conhecida como gordura no fígado. 

O problema é bem comum na população brasileira e tem como causa vários fatores, como você verá no tópico a seguir.

Quais são as causas e fatores de riscos para esteatose hepática?

As principais causas de esteatose hepática são: 

  • Consumo regular de bebidas alcoólicas;
  • Associada ao metabolismo (também conhecida como esteatose não-alcoólica): ocasionada pelo acúmulo de gordura corporal e correlacionada a um estilo de vida regado a maus hábitos.

O excesso de peso é, hoje, segundo o Ministério da Saúde, responsável por 60% dos casos de esteatose hepática não alcoólica. Logo, pessoas com excesso de peso, obesas e sedentárias, têm maiores chances de desenvolverem gordura no fígado. 

Outro aspecto importante é que a esteatose hepática consiste em uma das principais manifestações da chamada Síndrome Metabólica. 

A Síndrome Metabólica é um conjunto de fatores de risco que se manifestam em um indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. 

O problema tem como base a resistência à ação da insulina. O diagnóstico desta síndrome é dado quando três ou mais dos fatores de risco abaixo estiverem presentes em uma mesma pessoa.

  • Grande quantidade de gordura abdominal – circunferência abdominal com mais de 102 cm em homens e maior que 88 cm em mulheres.
  • Baixo HDL (“colesterol bom”) – em homens menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50 mg/dl.
  • Triglicerídeos elevados – 150 mg/dl ou tratamento medicamentoso para reduzir a pressão
  • Glicose elevada – 110mg/dl ou superior

As condições abaixo listadas, por também estarem associadas à Síndrome Metabólica, costumam ser detectadas em pacientes com esteatose hepática associada ao metabolismo:

  • Doença cardiovascular;
  • Diabetes;
  • Ovários policísticos;
  • Hipotireoidismo;
  • Apneia do sono;
  • Elevação de ácido úrico
  • Elevação de ferritina sérica
  • Pólipos intestinais
  • Esteatose pancreática

Como avaliar a gravidade da esteatose hepática?

Assim como outras doenças, a classificação da gordura no fígado pode ser feita de acordo com a gravidade do quadro em que o paciente se encontra.

Entretanto, diferente do que muitas pessoas acreditam, não é o grau de esteatose descrito em ecografia que define a gravidade da doença hepática gordurosa, e sim o grau de fibrose (grau de “cicatrização” do fígado).

Como regra, o primeiro exame realizado para detecção de esteatose hepática é a ecografia ou ultrassom. Em geral, o ecografista define se a esteatose é “leve, moderada ou intensa”. 

Essa classificação é apenas uma análise semi-quantitativa da gordura hepática existente no fígado. Mas, como explicamos anteriormente, não é a quantidade de gordura que define a gravidade da doença. 

O primeiro passo é definir se a pessoa com esteatose apresenta sinais de inflamação hepática (hepatite). Aproximadamente 30% das pessoas com esteatose desenvolvem a chamada esteatohepatite. 

O médico hepatologista irá avaliar o paciente com esteatose e solicitar exames específicos para avaliar a presença ou não de esteatohepatite. 

Caso se confirme a presença de esteato hepatite, há necessidade de estadiamento da gravidade da doença através da graduação da fibrose. A fibrose é dividida em 4 estágios, sendo o estágio 4, a cirrose.

Apesar do padrão ouro para identificação e graduação da fibrose, ainda ser a biópsia hepática, existem atualmente um série de métodos não invasivos, como a elastografia hepática, que nos auxiliam neste estadiamento.

Principais sintomas da esteatose hepática

A gordura no fígado não costuma apresentar sintomas,  e o seu diagnóstico, em geral, acontece “por acidente”, quando paciente vai ao médico checar algum outro sintoma ou fazer exames de check-up.

Algumas pessoas, podem sentir um leve desconforto no abdômen superior, que pode ser confundido com dor muscular. 

Esse sintoma está relacionado à distensão da cápsula do fígado, especialmente em pessoas que apresentam uma quantidade de gordura hepática mais acentuada.

Como o diagnóstico da esteatose hepática é realizado?

Como comentado anteriormente, o diagnóstico de esteatose se dá através da realização de exames de imagem como a ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética.

O médico muitas vezes suspeita de presença de doença hepática ao detectar, nos exames de sangue, elevação das enzimas hepáticas (AST/TGO, ALT/TGP, gama-GT). 

Entretanto, vale ressaltar que não é em todos os casos que os exames de sangue apontam a existência de doenças no fígado, o que pode retardar o diagnóstico

Quais são as consequências da esteatose hepática para a saúde do corpo?

tratamento esteatose hepatica

O fígado é um órgão vital responsável por mais de 200 funções dentro do organismo humano. Produção de bile, filtragem do sangue, eliminação de toxinas e produção de proteínas são algumas dessas funções.

Como dissemos acima, se a esteatose hepática não for devidamente tratada, pode evoluir para um caso grave e levar à cirrose, câncer de fígado e falência hepática, com necessidade de transplante de fígado.

Afinal, a esteatose hepática tem cura?

Sim! Felizmente  a gordura no fígado é possível de ser revertida, especialmente se o quadro estiver em estágio inicial. 

Quais são os tratamentos para a esteatose hepática?

Ainda não existem remédios específicos para gordura no fígado. O pilar do tratamento da doença consiste em mudança no estilo de vida.

Isso inclui prática regular de atividades físicas associada a uma alimentação equilibrada, evitando-se o consumo de produtos industrializados ultraprocessados, além de evitar o consumo regular de bebidas alcoólicas.

É recomendado também algumas medidas preventivas, como a vacinação contra as hepatites virais, a fim de se evitar novos danos ao fígado. 

No entanto, isso varia de acordo com o quadro clínico de cada paciente.

Saiba mais sobre como tratar as doenças hepáticas!

Conclusão

Neste artigo você leu sobre a esteatose hepática, suas principais características e como tratá-la.

A doença não costuma apresentar sintomas. Por isso, os exames de rotina são muito importantes. Além disso, seu fígado agradece se você adotar hábitos mais saudáveis para o seu dia a dia. 

Lembre-se que esse é um dos órgãos mais importantes do nosso corpo e merece todo o cuidado.