Na medicina, existe uma série de exames e aparelhos importantes para verificar a condição de um paciente e oferecer o diagnóstico preciso sobre seu quadro. Na área da hepatologia um deles é o Fibroscan, equipamento utilizado para realizar uma análise sobre a saúde do fígado

Também chamado de elastografia hepática transitória, esse exame costuma ser indicado para pacientes com doenças do fígado em geral, como cirrose hepática, hepatites virais, doença hepática alcoólica, fígado gordo e doenças hepáticas autoimunes. 

Se você tem curiosidade para saber mais sobre o exame, leia o material até o fim!Aqui, você irá encontrar um miniguia sobre o Fibroscan, com informações sobre seu funcionamento, preparação e resultados.

Boa leitura!

 

Para que serve o Fibroscan?

 

Indolor e preciso, o Fibroscan é um aparelho de ultrassom não invasivo que mede a rigidez hepática, quantifica o nível de gordura no fígado, estimando a presença de fibrose e de possíveis danos causados por doenças crônicas. Ele foi criado na França e aprovado pelas agências europeias, americanas e brasileiras. 

O principal objetivo desse exame é contribuir com o estadiamento de condições hepáticas, permitindo acompanhar a evolução dessas doenças ao longo do tempo. 

Nos pacientes com hepatite C, por exemplo, o aparelho pode estimar a presença de fibrose hepática, auxiliando na definição de tratamentos contra a doença. Já em pacientes com esteatose hepática leve, moderada ou acentuada, o Fibroscan consegue verificar a presença de cicatrizes e também ajuda a calcular a quantidade de gordura no fígado. Antes desse exame, a única alternativa para o paciente identificar a presença dessas condições era por meio da biópsia hepática, método invasivo. O aparelho, por não utilizar agulhas ou cortes, proporciona mais conforto, agilidade e segurança ao paciente.

 

Como é realizado o exame? 

 

O Fibroscan é realizado em consultório médico, sendo considerado um procedimento rápido, indolor e que não oferece nenhum risco ou complicações ao paciente. Na prática, a realização desse exame lembra muito uma ultrasonografia, na qual o paciente permanece deitado e o profissional faz a aplicação de um gel, aplicando a sonda no lado D do abdômen / tórax inferior, e emitindo ondas mecânicas que percorrem o fígado. 

O aparelho emite vibrações de baixa frequência que se propagam pelos tecidos do paciente. Por esse motivo, a única sensação que o paciente pode sentir durante o procedimento são leves vibrações na pele, vindas da ponta da sonda. A análise costuma durar de 5 a 10 minutos e pode ser solicitada pelo médico diversas vezes para acompanhar a evolução e o tratamento da doença. Após a realização do procedimento, o paciente já recebe o resultado e está liberado para voltar para as suas atividades diárias.

 

Precisa de preparação do paciente para fazer o exame?

Assim como outros exames da área da saúde, o Fibroscan também necessita de algumas preparações específicas. De modo geral, são elas: 

  • Jejum de 4h; 
  • Não ingerir bebidas alcoólicas cinco dias antes do exame; 
  • Realizar exames laboratoriais como Hemograma, TGO, TGP e Gama GT.
  • Em alguns casos, pode ser necessária a realização de exames complementares como ultrassonografia do abdome.

O jejum é recomendado, pois as refeições podem causar alterações no grau de rigidez do fígado. No entanto, em casos de diabéticos, o jejum pode ser parcial, como a autorização de um copo de água de coco ou suco de laranja-lima.

Muitos médicos recomendam aos pacientes que usem roupas confortáveis que permitam expor o tórax no dia do exame. Além disso, é importante chegar antecipadamente na clínica médica para sanar possíveis dúvidas e evitar transtornos antes do procedimento. 

 

Como entender os resultados?

Os resultados do Fibroscan para analisar a rigidez do fígado são medidos em quilopascal (kPa) e os números podem variar de 2,5 kPa e 75 kPa. Os índices indicam níveis de normal a avançado, sendo: 

  • Normal: aqueles que representam não haver alterações no fígado ou a presença de cicatrizes leves;
  • Moderado e grave: são aqueles resultados que mostram a que há uma cicatrização hepática que pode ser revertida por meio de um tratamento adequado e adoção de práticas saudáveis;
  • Avançado: são índices que caracterizam a presença de cirrose, grau mais tardio de cicatrização hepática que acontece ao longo do tempo da doença hepática crônica.

Em relação aos números, os resultados de um paciente sem alterações no órgão geralmente ficam entre 2,5 kPa e 5 kPa. Índices acima dessa marca podem mostrar a presença de doença hepática ou outras condições no fígado. Esses pontos de corte variam conforme a doença de base do paciente. Por isso, a avaliação de um médico é primordial para a interpretação correta dos números, caso a caso. 

 

Outras informações sobre o exame 

Cabe ressaltar que o Fibroscan não deve ser realizado em grávidas, doentes com ascite e em portadores de pacemakers ou desfibriladores. Além disso, é importante ter em mente que o aparelho pode fornecer resultados menos precisos em casos de:

  • Obesidade; 
  • Obstrução biliar.

Crianças e adolescentes também podem realizar o exame, desde que utilizem a sonda apropriada para a idade e um profissional experiente para conseguir lidar com quaisquer problemas durante o procedimento.

 

Conclusão

Agora, você já sabe como funciona o Fibroscan e para que o exame serve. Várias doenças hepáticas podem ser estadiadas ou avaliadas por meio dessa investigação, o que é importante para prevenir complicações.

Em caso de qualquer sintoma hepático, é importante procurar um médico imediatamente. A Dra. Raquel Scherer de Fraga é especialista em hepatologia e pode te ajudar.

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