A hepatite é uma condição que afeta o fígado e pode ser ocasionada por diversos fatores, incluindo vários tipos de vírus. No Brasil, as hepatites virais representam um desafio para a saúde pública, com um alto número de casos notificados anualmente. 

Essas patologias podem ser causadas por cinco tipos de vírus principais: A, B, C, D e E. No Brasil, os tipos mais comuns são A, B e C. 

É de extrema importância tomar medidas preventivas e cuidar das hepatites, uma vez que elas podem progredir para outras enfermidades graves, como cirrose e câncer hepático.

Por isso, é fundamental adotar medidas preventivas, como a vacina contra hepatite, e estar atento aos sintomas, buscando assistência médica adequada para o diagnóstico e a manutenção da saúde hepática.

Pensando nisso, preparamos um material completo para você se informar e tomar as medidas necessárias. 

Boa leitura!

 

Vacina contra hepatites

 

Importância da imunização contra hepatite

A hepatite é uma patologia infecciosa que causa inflamação no fígado. Se a infecção persistir por mais de seis meses (tornando-se crônica), podem surgir complicações graves, como cirrose, câncer de fígado e até mesmo óbito

A vacinação é a principal forma de prevenção contra a doença, proporcionando segurança e proteção. Além disso, é essencial realizar testes rápidos para identificar precocemente a presença do vírus e garantir um tratamento oportuno. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a vacina contra hepatite em todos os países. No Brasil, em particular, a imunização contra a hepatite B é essencial, já que o país apresenta uma prevalência moderada a alta desse problema de saúde.

É alarmante constatar que, segundo dados do Ministério da Saúde, entre os anos de 2000 e 2021, foram registrados no Brasil 718.651 casos confirmados de hepatites virais. Desses registros, 23,4% correspondem à hepatite A, 36,8% à hepatite B, 38,9% à hepatite C e 0,6% à hepatite D. 

Esses números evidenciam a importância de manter o cartão de vacinação sempre atualizado. Ao estar imunizado, você reduz significativamente o risco de contrair as diferentes formas de hepatite e evita as complicações graves.

 

Detectando os sinais silenciosos e salvando vidas

Sabia que a hepatite é uma doença traiçoeira que muitas vezes se manifesta de forma assintomática? Assim, os agentes virais podem permanecer silenciosos no organismo por longos períodos. 

Em alguns casos, no entanto, podem surgir sintomas como:

  • desconforto abdominal;
  • enjoos;
  • dor;
  • fraqueza;
  • perda de apetite;
  • urina escura; 
  • fezes esbranquiçadas;
  • icterícia (amarelamento dos olhos e da pele).

Diante disso, é preciso estar atento a qualquer sinal e buscar imediatamente ajuda médica ao suspeitar da doença.

O diagnóstico precoce e o tratamento com um médico hepatologista desempenham um papel crucial na detecção e no controle da doença, podendo salvar vidas.

 

Para quais tipos de hepatites existe vacina?

Existe vacina contra hepatite dos tipos A e B. Além disso, a imunização contra o vírus B também oferece proteção contra o D, que só se manifesta em indivíduos previamente infectados com hepatite B. É importante lembrar que o tipo D é mais prevalente na Região Norte do país.

Um ponto de atenção importante é que não há vacina para hepatite C, mas é possível alcançar a cura em mais de 95% dos casos, de acordo com informações do Ministério da Saúde. 

Vacina para hepatite A é amplamente recomendada

 

A vacina contra hepatite A é amplamente recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e possui um esquema de doses específico. De acordo com as diretrizes, a vacina é indicada para todas as pessoas a partir de 12 meses de vida. 

O esquema de doses consiste em duas aplicações, com um intervalo de seis meses entre elas. A primeira dose é administrada aos 12 meses de idade, enquanto a segunda dose ocorre aos 18 meses, ou o mais cedo possível, caso a vacinação não tenha sido realizada nas idades recomendadas.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) modificou, em 2017, a faixa etária do esquema de dose única da vacina para crianças entre 15 meses e 5 anos incompletos. Para essa faixa etária, a vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde. Já nos serviços privados de vacinação, a vacina contra hepatite A é recomendada para crianças a partir de 12 meses, adolescentes e adultos.

Além disso, a vacina também é recomendada para pessoas com condições clínicas de risco para a hepatite A, tais como:

  • doenças crônicas do fígado;
  • distúrbios de coagulação;
  • pacientes com HIV/Aids;
  • imunodeprimidos por doença ou tratamento. 

Nesses casos, a imunização pode ser obtida nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).

Vale enfatizar que a vacina contra hepatite A é segura, pois é composta por antígeno do vírus inativado, o que significa que não há risco de causar a doença. 

Em sua composição, encontramos também sal de alumínio amorfo, estabilizantes (que variam de acordo com o fabricante), cloreto de sódio a 0,9% e, em alguns casos, traços de antibiótico (neomicina), fenoxietanol e formaldeído.

 

Vacina para hepatite B é um escudo contra a doença

A SBIm recomenda a vacinação contra hepatite B para pessoas de todas as idades. Para os pequenos, essa proteção é essencial e começa logo nas primeiras horas de vida, prevenindo a forma crônica da doença, que afeta a maioria dos bebês infectados ao nascer. Gestantes também devem se vacinar, evitando a transmissão vertical para seus filhos.

Na rede pública, a vacina está disponível para todos e pode ser aplicada isoladamente ou combinada com outras vacinas, como a DTPw-HB/Hib. 

Já nos serviços privados, você encontra opções isoladas para todas as idades, além da combinação com a vacina contra hepatite A, indicada para crianças, adolescentes e adultos.

Sabe qual é a melhor parte? A vacina contra hepatite B é segura, composta por proteínas do vírus inativadas, não oferecendo risco de causar a doença. Seus componentes incluem hidróxido de alumínio, cloreto de sódio e água para injeção.

 

Reações possíveis das vacinas: o que você precisa saber!

Ao receber a vacina contra a hepatite A, é importante estar ciente de que alguns indivíduos podem apresentar efeitos adversos

Cerca de 10% dos vacinados podem experimentar:

  • irritabilidade;
  • dor de cabeça;
  • cansaço;
  • dor e vermelhidão no local da aplicação. 

Conforme a SBIm, entre 1% e 10% podem sofrer com:

  • perda de apetite;
  • sonolência;
  • diarreia;
  • náusea;
  • vômito;
  • inchaço;
  • mal-estar;
  • febre baixa;
  • endurecimento no local da aplicação,

Sintomas respiratórios, rinite, vertigem, erupções cutâneas, dor muscular e rigidez muscular são relatados em cerca de 0,1% a 1% dos vacinados. Em casos raros, entre 0,01% e 0,1% das pessoas, pode ocorrer diminuição da sensibilidade, dormência, coceira e calafrios. 

É importante ressaltar que os efeitos adversos geralmente são leves e autolimitados.

A vacina contra a hepatite B, assim como qualquer medicamento, também pode causar efeitos adversos. A maioria deles é leve e desaparece rapidamente, sem necessidade de tratamento. 

A dor no local da aplicação é um dos efeitos mais comuns, afetando de 3% a 29% dos vacinados, juntamente com o endurecimento, inchaço e vermelhidão, que podem ocorrer em até 17% das pessoas. 

Além disso, sintomas gerais como febre baixa, cansaço, tontura, dor de cabeça, irritabilidade e desconforto gastrointestinal podem ser observados em até 20% dos vacinados.

Embora eventos adversos mais graves sejam extremamente raros, é importante mencioná-los. A púrpura trombocitopênica idiopática, que causa manchas roxas ou avermelhadas na pele e diminuição da contagem de plaquetas, foi associada em casos raros à vacinação contra hepatite B

Esses eventos, contudo, ocorrem em menos de 0,01% dos vacinados, e ainda não está claro se estão diretamente relacionados à vacina ou se são apenas coincidências. 

A anafilaxia, uma reação alérgica grave, também é muito rara, ocorrendo em apenas um caso a cada 600 mil adolescentes e adultos vacinados, sendo ainda mais rara em crianças.

É importante lembrar que a maioria dos eventos adversos desaparece rapidamente, enquanto os riscos associados à infecção por hepatite B são muito maiores. 

 

Conclusão

Cada pessoa deve discutir com seu médico a necessidade e a segurança da vacinação contra hepatite A e B, levando em consideração seu histórico médico e suas condições individuais. Afinal, prevenir a hepatite é essencial para proteger sua saúde e bem-estar!

Em caso de dúvida, procure-nos! A Dra. Raquel é especialista em hepatologia e pode tirar todas as suas dúvidas sobre doenças hepáticas e vacinação.

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