Você já ouviu falar sobre a hepatite medicamentosa? A doença ataca o fígado e ocorre devido à ingestão de remédios que podem ser tóxicos ao órgão.
Durante a pandemia, tivemos a divulgação de alguns casos de hepatite medicamentosa justamente pelo uso indiscriminado de remédios sem eficácia comprovada.
Mas você sabe exatamente o que é a hepatite medicamentosa e como se prevenir? Continue a leitura e confira!
O que é a hepatite medicamentosa?
A Hepatite Medicamentosa é uma doença no fígado que pode ser causada pelo uso inadequado de drogas, medicamentos, suplementos alimentares, fitoterápicos e até ervas e chás caseiros.
Muitas vezes, quando algumas substâncias são tomadas em excesso ou sem monitorização adequada, pode ocorrer uma irritação do fígado e a inflamação das células hepáticas, gerando um quadro de hepatite.
A hepatite medicamentosa se diferencia dos outros tipos de hepatite, justamente pela sua causa.
As conhecidas hepatites A, B e C, são causadas por diferentes vírus (os vírus da hepatite A, da hepatite B e da hepatite C, respectivamente). Já a hepatite medicamentosa se desenvolve a partir do uso indevido de medicamentos e outras substâncias.
– O que pode causar a hepatite medicamentosa?
Pode ocorrer devido à ingestão prolongada de alguns medicamentos ou chás, à toxicidade das substâncias ao fígado ou à sensibilidade ao medicamento.
A Hepatite Medicamentosa pode ocorrer em trabalhadores que entram em contato com substâncias tóxicas em indústrias, e não fazem o uso correto de equipamentos de proteção, como os EPIs.
O quadro também é comum em pessoas que costumam se automedicar com frequência, sem a opinião de um profissional e sem o acompanhamento necessário para a saúde do fígado.
Lembrando que o fígado é um dos principais órgãos que metaboliza medicamentos, álcool e drogas, portanto, quando há uma sobrecarga dessas funções, o resultado pode ser perigoso e dar origem a quadros mais graves.
Nos últimos dois anos viu-se um aumento da incidência de hepatite medicamentosa nos consultórios devido à divulgação do “kit covid”, que não possui eficácia comprovada.
Neste kit uma série de medicamentos são utilizados como a hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina, anticoagulantes e outros.
Quando esses medicamentos são utilizados de forma associada e em doses mais altas do que o habitual não há estudos que comprovem o que pode acontecer.
Principais sintomas da hepatite medicamentosa
A hepatite medicamentosa é perigosa, justamente pelo fato de que, apesar de seus sintomas poderem ser silenciosos, pode ocorrer complicações graves como insuficiência hepática e cirrose.
No entanto, algumas pessoas apresentam sintomas da hepatite medicamentosa. Os sintomas mais comuns, quando relatados, são os seguintes, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia::
- náuseas;
- vômito;
- cansaço;
- falta de apetite;
- icterícia (olhos e pele amarelados);
- urina escura, tipo chá preto .
Casos mais graves podem evoluir para insuficiência hepática grave, hepatite crônica, cirrose hepática e até necessitar de transplante de fígado de urgência.
Como é feito o diagnóstico da hepatite medicamentosa?
Como o paciente pode não apresentar sintomas, o diagnóstico de hepatite medicamentosa, muitas vezes, é feito com exames comuns de rotina e pode ser descoberto por acaso.
Mas se o médico tiver qualquer dúvida sobre a hepatite medicamentosa, deve fazer uma anamnese para saber se a pessoa teve contato com algum agente suspeito, se tem histórico de doença hepática e as medicações que tomou nos últimos 90 dias.
Exames de sangue devem ser solicitados, como o hepatograma, que avalia a saúde do fígado através da análise dos níveis de albumina, bilirrubina, parâmetros de coagulação (como o tempo de protrombina) GGT, AST, ALT, entre outros indicadores.
Uma biópsia hepática também pode ser necessária para ajudar a diferenciar a hepatite medicamentosa de outros tipos de hepatite.
Como evitar a hepatite medicamentosa?
Procure sempre fazer o uso de remédios apenas com indicação médica, principalmente, se for um tratamento e a substância for ingerida por vários dias.
Geralmente quando se faz uso de medicações com o uso prolongado, o médico solicita exames para analisar a saúde do fígado durante o processo.
É o que acontece, por exemplo, com o RoacutanⓇ (isotretinoína), medicamento receitado por Dermatologistas para tratamento de acne.
O acompanhamento do tratamento é feito pelo médico e caso haja alguma alteração no fígado o uso pode ser suspenso ou reduzido.
Quando estiver fazendo uso de medicamentos prolongados consulte o seu médico sobre o consumo do álcool. Se necessário, é preciso suspender o consumo durante o período para não sobrecarregar o fígado.
Tome cuidado também com a ingestão de chás. Muitas pessoas quando descobrem uma doença relacionada ao fígado, recorrem a produtos naturais na crença de que eles ajudam no tratamento e não fazem mal por serem naturais.
Mas a verdade é que, dependendo da substância e da quantidade ingerida, eles podem trazer mais complicações do que realmente ajudar.
A melhor saída é sempre consultar o seu médico.
Qual é o tratamento para a hepatite medicamentosa?
Em casos de hepatite medicamentosa, a medida imediata é a suspensão do uso da substância suspeita.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia, 90% das pessoas têm melhora espontânea a partir daí.
Os pacientes sintomáticos devem receber tratamento para alívio dos sintomas, já aqueles que apresentarem falência hepática precisam ser encaminhados para a UTI.
Também é importante que seja avaliada a possibilidade de transplante de fígado.
Como a Dra. Raquel pode te ajudar?
O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo humano. Por isso, realizar o acompanhamento da saúde do fígado é a melhor forma de prevenção.
Especialmente pelo fato de que algumas doenças relacionadas a ele são silenciosas e podem ser diagnosticadas de forma tardia.
Não deixe que este seja o seu caso.
A Dra. Raquel é especialista em Gastroenterologia e possui anos de experiência em atendimento clínico voltado para a hepatologia.
Agende agora mesmo uma consulta com a Dra. Raquel e mantenha a saúde do seu fígado em dia!
Conclusão
A hepatite é uma doença, muitas vezes silenciosa, que pode acometer o fígado e levar a algumas complicações.
Mas, como vimos, há como se prevenir! O mais importante é não fazer uso prolongado de medicamentos – inclusive chás e fitoterápicos – por conta própria e sempre consultar o seu médico hepatologista.
E você já conhecia os efeitos da hepatite medicamentosa e as suas formas de prevenção?