O que você sabe sobre a cirrose hepática? Mais conhecida popularmente apenas como cirrose, o transtorno representa um risco muito sério para um dos nossos órgãos vitais: o fígado.
Você pode conviver com a doença por anos sem saber a existência dela. Isso traz diversas complicações para o quadro e diminui as chances de recuperação.
E como conhecimento é sempre uma das medidas de prevenção mais eficazes, nós listamos as principais informações sobre a cirrose hepática. Leia e confira!
O que é a cirrose hepática?
De acordo com Ministério da Saúde , a cirrose hepática é uma doença crônica que atinge o fígado. Ela pode ser considerada o estágio final de problemas que causam lesões recorrentes ao órgão.
Essas lesões passam pelo processo de cicatrização e fazem com que o fígado vá perdendo a capacidade de realizar suas funções e, consequentemente, para a falência total.
A atividade consiste na transformação do órgão em um material fibroso, impedindo o processamento de nutrientes, produção da bile, proteínas, etc.
Infelizmente, o andamento silencioso da doença faz com que, em nosso país, os casos sejam diagnosticados com quadros já em estágio avançado.
Dados sobre a cirrose hepática no Brasil
Até o ano de 2015, sabia-se que a cirrose hepática atingia por volta de 2,8 milhões de pessoas no mundo todo. Além disso, a estimativa é que a doença tenha sido a razão de cerca de 1,3 milhões de mortes.
No Brasil não existe uma estimativa da ocorrência da doença entre a população. O que se sabe, é que a cirrose hepática é a causa de por volta de 40 mil internações hospitalares e, ainda, por uma mortalidade em torno de 12,6% a cada 100 mil habitantes.
Quais são as causas da cirrose hepática?
A cirrose hepática pode ser causada por diversos fatores. Entre as principais causas estão:
Hepatites B e C
As hepatites B e C são doenças causadas por vírus e, em geral, transmitidas no ato sexual, através do compartilhamento de materiais contaminados ou transfusão sanguínea
Elas podem afetar gravemente o fígado e, quando não tratadas, podem levar à inflamação crônica e a cirrose hepática.
Ingestão excessiva de álcool
O álcool é uma das principais causas da cirrose hepática! Além dos efeitos imediatos para o nosso organismo, como a perda de equilíbrio e coordenação, o consumo prolongado e excessivo pode provocar danos irreversíveis ao fígado.
Gordura no fígado
A esteatose hepática, mais conhecida como fígado gordo ou gordura no fígado, é um problema caracterizado pelo acúmulo de células de gordura no fígado. Em geral, a condição acontece devido a maus hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade.
Todavia, a doença costuma não apresentar sintomas e ser descoberta “por acidente” durante procedimentos como check-ups, por exemplo. Assim como as hepatites, se não tratada, a esteatose hepática pode causar a cirrose.
Uso contínuo de medicamentos
O uso excessivo e prolongado de determinados medicamentos também é um dos causadores da cirrose hepática.
Outras causas
Hepatite auto-imune, hemocromatose, colangite biliar primária, colangite esclerosante primária, deficiência de alfa-1-antitripsina, doenças colestáticas familiares, doença de Wilson.
Principais sintomas da cirrose hepática
Como dissemos acima, um dos principais agravantes da cirrose hepática é a ausência de sintomas até estágios avançados, o que faz com que se tenha um diagnóstico tardio do problema.
Entretanto, quando surgem, os sintomas mais comuns são:
- Aspecto amarelado na pele (icterícia);
- Inchaço na região do abdômen;
- Alteração do sensório, com sintomas semelhantes a quadros de demência (encefalopatia hepática)
- Sensação de fraqueza;
- Falta de apetite.
Como a cirrose hepática é diagnosticada?
Para dar início ao processo de diagnóstico da cirrose hepática é preciso avaliar os sintomas, estilo de vida e histórico de saúde do paciente.
Para além disso, também é solicitada a realização de exames laboratoriais. Os procedimentos têm como objetivo verificar as funções do fígado, rins e capacidade de coagulação. E ainda são feitos testes sorológicos para detectar a presença de infecções virais.
Se solicita também elastografia hepática, e exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética. O principal objetivo desses exames é avaliar o fígado, juntamente com a região abdominal. Dessa forma é possível identificar a necessidade de biópsia.
Como prevenir a cirrose hepática?
Evitar os exageros. Esse é o melhor caminho para prevenir a cirrose hepática. Adote um estilo de vida mais saudável, com uma dieta menos calórica e sem automedicação.
Além disso, tomar a vacina contra a hepatite B e praticar sexo seguro são medidas preventivas fundamentais.
A realização de exames médicos regularmente, incluindo avaliação hepática, auxilia muito no diagnóstico precoce de doenças no fígado que, uma vez tratadas, podem evitar a evolução para a cirrose.
Quais são os tratamentos para a cirrose hepática?
O modo como é feito o tratamento da cirrose hepática tem a ver diretamente com a causa da doença. Se a causa for o consumo excessivo de álcool ou medicamentos, por exemplo, é feita a suspensão da substância.
Todavia, também é essencial que seja mantida uma dieta saudável, com a inclusão de vitaminas. Isso porque uma pessoa com o fígado comprometido não consegue processar as gorduras de forma correta.
Além do mais, também pode ser solicitado o uso de medicamentos como diuréticos, anti-hipertensivos e cremes para a pele.
Porém, quando a doença está em estágio muito avançado, onde existem muitas lesões no fígado, o transplante é a única forma de tratamento.
Afinal, a cirrose hepática tem cura?
A resposta é não, a cirrose hepática não tem cura. A doença é crônica e seus efeitos podem ser minimizados através da mudança de hábitos e demais recomendações do médico responsável pelo caso.
Conclusão
Como você viu, a cirrose hepática é uma doença séria e que exige cuidados imediatos. Por isso, sempre que notar os sintomas relacionados ao mau funcionamento das funções do fígado, não deixe de procurar um especialista.