Entenda qual é a gravidade da esteatose hepática de acordo com o grau da doença
Uma das principais preocupações dos pacientes é saber se o diagnóstico de gordura no fígado é grave. Para responder à pergunta, é preciso entender que há diferentes graus da doença.
Antes de entender a gravidade do quadro apresentado pelo paciente, deve-se identificar qual é o estágio da doença. Isso é feito pelo médico hepatologista por meio da avaliação clínica e da realização de exames.
Um fator preocupante é que muitas pessoas com excesso de gordura no fígado desconhecem a própria condição, o que abre espaço para que a doença evolua silenciosamente. Assim, elas correm o risco de desenvolver outras patologias.
Neste conteúdo, vamos explicar o que caracteriza a doença, entender se gordura no fígado é grave e quais são os seus estágios. Continue a leitura!
Gordura no fígado é grave?
A saúde do fígado é fundamental para o metabolismo e o bom funcionamento do organismo. Se o órgão apresenta alguma alteração, é sinal de que são necessários cuidados.
A esteatose hepática é uma doença que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no fígado. De acordo com o Ministério da Saúde, três em cada dez brasileiros apresentam o problema.
Embora comum, muitas vezes a doença é negligenciada por conta da ausência de sintomas em sua fase inicial. Segundo as autoridades de saúde, é aí que mora o perigo. Quando não tratada, ela abre precedentes para o desenvolvimento de doenças como a cirrose e o câncer no fígado.
A esteatose hepática é tratável e tem cura. Para isso, o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Mas é uma condição que requer atenção e disciplina durante o tratamento. Se não cuidada da forma correta, pode levar o paciente para um quadro mais grave.
Como saber em que estágio a doença está?
Há quatro estágios para o acúmulo de gordura no fígado, baseados no grau de fibrose do fígado (o que não tem relação com a quantidade de gordura acumulada). A fibrose pode ser identificada através de biópsia do fígado ou ser estimada através de elastografia hepática.
O primeiro passo a ser averiguado é se essa gordura no fígado está causando inflamação, a chamada esteatohepatite. Das pessoas com esteatose, apenas 15-20% desenvolvem inflamação no fígado. Uma vez tendo inflamação, a doença pode evoluir para cicatrização hepática, a chamada fibrose.
O grau 1 e 2 de fibrose já demonstram que o fígado está sofrendo, mas o paciente ainda é assintomático, o que oferece maior dificuldade para o diagnóstico. Nessa fase, a doença é descoberta quando há uma rotina de check-ups ou a realização de exames por conta de outros problemas de saúde.
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da esteatose hepática estão:
- má alimentação, com prevalência de itens gordurosos e produtos industrializados;
- consumo frequente de bebida alcoólica;
- colesterol alto;
- sedentarismo;
- obesidade;
- diabetes.
- consumo de refrigerantes e bebidas com alto teor de frutose
O que acontece quando a fibrose progredi?
A esteatose associada aos graus 3 e 4 de fibrose já é considerada mais avançada. Nesse momento, a inflamação causada pelo excesso de gordura é capaz de promover alterações não só no fígado, como também nos vasos sanguíneos ao redor do órgão.
Apesar disso, a funcionalidade do órgão pode estar mantida. A recuperação ainda é possível sem a necessidade de transplante. Por isso, o paciente deve buscar um especialista para iniciar o tratamento.
O indivíduo pode manifestar os seguintes sintomas:
- icterícia (peles e olhos amarelados);
- aumento do tamanho do fígado;
- dificuldade para dormir;
- inchaço nas pernas;
- perda de apetite;
- dor abdominal;
- cansaço;
- fraqueza.
Nem todos os sintomas são apresentados pelo paciente. Por isso, a orientação é que, em caso de alguns desses sinais, o médico hepatologista seja consultado.
Há cura quando atinge o grau máximo?
O estágio mais avançado da doença é o grau 4 de fibrose, já caracteriza o diagnóstico de cirrose hepática.
Isso significa que pode ocorrer perda gradual das funcionalidades do fígado, o que inclui:
- redução na produção de proteínas que contribuem na coagulação;
- alteração na eliminação de medicamentos e toxinas do organismo;
- modificação no processamento da bile;
- redução na produção de albumina.
- acúmulo de líquido no abdômen;
- mal-estar generalizado;
- confusão mental;
- perda de peso.
A cirrose hepática associada a perda de função do órgão é um quadro grave. Mesmo quando a doença é diagnosticada nesse estágio, há possibilidade de melhora do quadro com recompensação das funções do fígado. No entanto, em alguns casos, o transplante de fígado é necessário.
Gordura no fígado pode evoluir silenciosamente?
Sim. Em geral, a doença ocorre de forma silenciosa, só se manifestando em casos de cirrose hepática avançada. Mesmo pacientes com cirrose, quando ainda o fígado está mantendo as suas funções, podem ser totalmente assintomáticos. Por isso, a importância de manter uma rotina de consultas e exames de sangue para a verificação das condições de saúde.
A orientação é para que a detecção de gordura no fígado não seja ignorada, pois o problema pode evoluir para uma condição mais grave.
Quais são as consequências da gravidade da doença?
Além da possibilidade de a esteatose hepática evoluir para a cirrose, diferentes estudos mostram a relação da doença com o desenvolvimento de câncer no fígado.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, 50% das pessoas com diagnóstico de excesso de gordura no fígado têm a evolução do quadro para doenças mais graves.
As autoridades de saúde recomendam que os pacientes com esteatose associada a fibrose grau 4 sejam monitorados periodicamente por conta do maior risco de desenvolverem o câncer hepático.
Quanto mais cedo for dado o diagnóstico, melhores são as perspectivas de tratamento e maiores as chances de cura do paciente.
Quando se fala em gordura no fígado, portanto, o mais importante é que os cuidados sejam realizados de forma correta para evitar o agravamento da situação.
A dra. Raquel é referência em Hepatalogia e está pronta para atender você. Agende sua consulta!