O transplante de fígado é uma cirurgia realizada quando o fígado do paciente não é mais capaz de realizar a sua função.
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a taxa de sobrevida do transplante de fígado passou a ser de 90% após a década de 1970.
Antes disso, essa taxa era de 30% e a técnica ainda não havia sido muito bem desenvolvida.
Quer saber mais sobre o transplante de fígado? Então confira as informações a seguir!
O que leva o paciente a um transplante de fígado?
A necessidade de um transplante de fígado pode surgir quando há insuficiência da função hepática.
Isso pode acontecer devido a algumas doenças, como as hepatites virais, câncer e a cirrose hepática.
Quando essas doenças atacam o fígado, este órgão pode acabar perdendo a sua função de se regenerar.
Quando o paciente já passou por todas as etapas de tratamento, radio e quimioterapia, e o órgão não teve sua função restabelecida, a única saída é o transplante de fígado.
Neste caso, o médico irá avaliar se o paciente se encaixa na lista de transplante e colocá-lo na fila.
Como o paciente deve se preparar para a cirurgia de transplante de fígado?
O paciente de transplante de fígado deve manter-se saudável até o momento em que for chamado para a cirurgia.
Neste período, ele deve manter uma alimentação rica em frutas, verduras e legumes, além de evitar gorduras e açúcar.
Atividades saudáveis também são recomendadas, como passar um tempo de qualidade com a família, praticar exercícios e relaxar.
O paciente também deve seguir exatamente as recomendações médicas e fazer o acompanhamento necessário enquanto está na fila do transplante.
Se o paciente estiver com cirrose hepática em fase avançada, a hospitalização pode acontecer com frequência devido às complicações da doença.
Como é feito o transplante de fígado?
O transplante de fígado pode ser feito tanto com o fígado de um doador vivo, quanto com o fígado de uma pessoa que teve morte encefálica.
- Fígado de um doador vivo
Geralmente o fígado de doador vivo é de algum amigo ou parente do paciente. A cirurgia é agendada com antecedência e ambos se preparam para o procedimento.
Primeiramente, retira-se a parte do fígado do doador. Em seguida, o fígado do paciente é retirado e a nova porção é inserida no local, conectando vasos e ductos biliares.
Tanto a porção do fígado transplantado quanto a que ficou no corpo do doador se regeneram em algumas semanas.
- Fígado de doador falecido
Neste caso, o paciente será notificado e deve ir imediatamente ao hospital.
Ele passará por exames para ver se está apto a receber o fígado naquele momento.
Se estiver tudo certo, o paciente é sedado para iniciar o procedimento.
O fígado doente é retirado e o novo é colocado no lugar. A ligação dos vasos sanguíneos e é feita, assim como o restabelecimento da bile.
– Doação de fígado
Afinal, quem pode doar transplante de fígado?
Para fazer a doação em vida é preciso:
- Ter mais de 18 anos;
- Ter boa saúde e não ser obeso;
- Possuir compatibilidade com o receptor;
- Ter estatura parecida com a do receptor.
Já o doador por morte encefálica não pode ter tido complicações hemodinâmicas e nem ter ficado muito tempo na UTI para ser apto ao transplante de fígado.
– Fila de transplante de fígado
Para entrar na lista de espera do transplante de fígado é necessário ser apto a uma série de fatores definidos de acordo com a situação de cada caso, prioridade e urgência da cirurgia.
Existe um sistema de pontuação chamado Modelo de Doença Hepática em Estágio Final (MELD) e uma fórmula para determinar o local de cada pessoa na fila.
Para crianças, o sistema de pontuação é outro, chamado de Doença Hepática em Estágio Final Pediátrico (PELD).
Como é a recuperação ?
Após o transplante de fígado o paciente permanece na UTI por alguns dias, até estar estável o suficiente para ir para o quarto.
Serão monitoradas as taxas de pressão, coagulação sanguínea, entre outras para verificar se tudo correu bem e reduzir as chances de infecções.
A partir do momento que o paciente vai para a casa, precisa dar continuidade ao tratamento e tomar toda a medicação para evitar complicações e reduzir a chance de rejeição.
Quanto mais compatível e saudável for o fígado do doador, mais fácil será a recuperação.
– Imunossupressores
Os imunossupressores são os remédios tomados pelo paciente que recebeu o transplante de fígado.
Basicamente,o que os imunossupressores fazem é baixar a imunidade, pois é através dela que o nosso organismo reconhece que há um corpo estranho por lá.
Nosso organismo não consegue identificar o que é esse novo corpo e por isso começa a combatê-lo.
Este medicamento evita que isso aconteça e, portanto, reduz a chance de rejeição do fígado.
A ingestão do medicamento deve ser feita à risca.
Possíveis complicações na cirurgia transplante de fígado
A cirurgia de transplante de fígado pode apresentar algumas complicações.
Como vimos acima, uma das principais é o risco de rejeição. Felizmente hoje há medicação para evitar que isso aconteça, mas ainda assim é possível que ela ocorra.
Além da rejeição, o paciente também pode ter risco de:
- hemorragia;
- formação de coágulos;
- insuficiência renal;
- infecção
- não funcionamento do rim.
De acordo com as estatísticas, o não funcionamento inicial do rim, isto é, logo após a cirurgia acontece em 10% dos casos.
Mas geralmente há tratamento para isso. Caso não resolva o paciente pode voltar à lista de transplante.
Qualidade de vida do paciente após o transplante de fígado
O paciente que recebeu um transplante de fígado bem sucedido, ainda terá que tomar a medicação para o resto da vida.
Também é necessário levar uma vida saudável, evitar bebidas e sempre fazer o acompanhamento médico, que será frequente.
Mas de maneira geral, a pessoa está apta a levar uma vida normal e voltar às suas atividades regulares, como trabalho e vida social.
Em caso de necessidade, não deixe de procurar um médico hepatologista.
Caso sinta necessidade, agende sua consulta!
Conclusão
Quando a função hepática é prejudicada e o paciente cumpre uma série de requisitos, ele pode entrar para a lista de transplante de fígado.
Atualmente existe uma fila, na qual os pacientes são colocados de acordo com a urgência e a prioridade de cada caso.
Vimos que a recuperação do transplante de fígado pode ter algumas complicações, mas se bem-sucedida o paciente transplantado pode voltar a levar uma vida perfeitamente normal.
A medicação vai acompanhar o paciente transplantado durante toda a vida.